Pazo de Lira
García de Lira (filho de García Bermúdez, fruto por sua vez das relações que o conde Bermudo Pérez de Traba mantinha com Godina da Matogueira), é a primeira personagem de apellido Lira, da qual têm notícias.
Por gerações, este sobrenome não estaria separado da importante casa solar de Lira, uma das mais nomeadas e com ramificações em toda a Galiza, chegando mesmo ao Chile, provavelmente em busca de melhor fortuna após os contratempos sofridos pela família em decorrência de desentendimentos com Portugal no século XVII.
A história da casa correu paralela à polêmica levantada pelos dois filhos mais velhos de Diego López de Lira, "o Velho", chamados Juan Francisco e Rodrigo Troncoso de Lira, que eram chamados de "senhores de Lira", assim como seus sucessores, indicando que a propriedade da casa foi dividida em duas partes.
Dada a sua antiguidade, o edifício atual é o resultado de sucessivas transformações e renovações realizadas em diferentes momentos pelos seus proprietários de forma a adequá-lo às necessidades de cada momento. O Paço de Lira tem planta em "L". Tem uma torre de canto, com planta quadrada e telhado de quatro lados. Um edifício contíguo de um lado completa o conjunto com um formato em "U". A torre, com gárgulas e rematada com ameias, está brasonada com dois brasões, devendo ser reconhecida como a parte mais antiga do palácio de onde nasceu a casa contígua.
Junto à torre encontramos uma capela também brasonada com um escudo situado na verga da porta da frente. Falta um teto, embora suas paredes bem esculpidas permaneçam firmes. No interior, de ambos os lados do altar, lê-se uma inscrição gravada na parede, alusiva aos seus fundadores.
As armas do Troncoso e do Soutomayor estão representadas na Capela. O modesto portal da entrada apresenta um escudete de pedra, muito erodido, no qual se apreciam os xadrezes do Sotomayor. O escudo esquerdo da torre mostra as armas das Liras, enquanto o da direita tem as armas dos Pereiras, Troncoso de Lira e Soutomayor, Castro e Correa.