Pesqueira O Van
Como verdadeiros colossos de pedra ancorados nas margens do pai do Minho erguem-se as "pesqueiras", construções feitas para capturar a rainha dos nossos rios, a lampreia.
O Minho sempre foi uma das grandes fontes de recursos para as populações ribeirinhas. A truta, o salmão ou a lampreia eram capturados das pesqueiras em “vasos” e “viturões”, como meio de subsistência e complemento da economia familiar.
Mas, sem dúvida, o bem mais precioso que o Rio Minho nos ofereceu, e ainda continua a oferecer, é a lampreia. A sua importância é bem conhecida desde a antiguidade à mesa dos imperadores romanos, fazendo-os chegar vivos da Galiza à Itália.
No entanto, não será até a Idade Média quando houver documentação confiável deste tipo de construção, momento em que se cobra a propriedade dos pesqueiras e o pagamento de rendas e impostos sob a forma de lampreias a mosteiros como os de Melón e A Franqueira, bem como algumas casas feudais da zona.
Atualmente, existem três pesqueiras reabilitadas no concelho de Salvaterra de Minho, que partem da foz do rio Tea, seguindo o passeio fluvial desde a fortaleza de Salvaterra, rio acima e até à fronteira com o concelho de As Neves. As três pesqueiras são Maximina, A Bucheira e Mon, construções em pedra que foram reabilitadas em 2015.
A maioria dos pesqueiras tem nome próprio e sua exploração passa de pais para filhos por herança familiar.
Com mais de 20 metros de comprimento cada e entre 3 e 5 metros de altura, os "poios" ou muros parecem grandes muros que ficam no leito do rio. Entre as pedras dos "poios" eram amarrados os "vituróns", grandes redes cônicas, por onde entravam as capturas, mas não conseguiam sair novamente.